05/05/2020

Notas pandêmicas III

A solidão tem se aprochegado, a tpm que volta, o inferno astral que chega, o enclausuramento que intensifica. O estado de ser só no mundo por vezes parece desaparecer, quando encontro pessoas companheiras. Muitas delas são família, sem ter meu sangue ou compartilhado a vida há anos. Família é encontro de almas. E nos auxilia a fazer morada, a carregar no peito muito embora distante. Dão sentido a existência. Este mês findando mais um ciclo de vida, continuo buscando este sentido, se ele existir. Ainda aprendendo com o que falta em mim, ainda descobrindo o que já tenho. 
Despedidas me fazem pensar no significado da vida e na efemeridade dela. Hoje vi o mar, estava cheio. E vazio de pessoas. A cidade revelando a desigualdade. Quem tem fome não tem tempo de significar a vida. A lua está quase cheia. E eu to esvaziando, encerrando o ciclo. Derramando sangue. E lágrimas. Tem momento que é pesado existir. Saber da insignificância diante do mundo. Vejo as nuvens seguirem qual seja o rumo no céu, os passarinhos livres pra escolher pouso aonde quer que seja, a planta brotando entre o piso do terraço. Cada dia é um dia a mais pra aprender a sutileza da vida. Despedida é a única coisa que eu não aprendo e que faço questão de nunca aprender.

Nenhum comentário:

Postar um comentário