31/01/2013

Trilha

O piscar dos olhos em um milésimo de segundo visto bem lentamente. Fazendo o caminho inverso do suor saindo dos poros. A mão acariciando a nuca, bagunçando os cabelos, fazendo cócegas e risos incontroláveis - extremamente espontâneos. Um beijo que parecia conhecer somente ali o ato de beijar - antes o que era? Uma caminhada de pés descalços na areia molhada, na areia fofa... Uma caminhada na grama verde. O cruzar dos dedos, em um movimento leve, sutil. O sono carregado de estrelas quando se cruza com o  outro (teu) sono. O desabrochar de um sorriso, o surgimento de uma fragilidade - que lindo e intrínseco são as fragilidades humanas. O tempo que passa, carregando momentos e deixando lembranças. A saudade do que já se viveu e também do que ainda irá viver. A saudade! A espera pelo dia seguinte, o próximo segundo, um abraço. A chama que se acende e não há vontade alguma de apagar. O fogo que toma conta e queima quilômetros dentro do desejo. A distração do sentir, que vez ou outra solta risadas descuidadas. A fala baixinha no ouvido, que pede a maior proximidade possível. O frio que pede aconchego. A descoberta que não se cansa de desvendar os labirintos e cria outros e outros e nunca cessa. A trilha que se segue...

2 comentários:

  1. Lindo! Sutil, delicado, sensível... Uma coisa linda
    de se ler :D

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  2. Bravo, bravo!!! Lindo demais! Sinto agora: "O fogo que toma conta e queima quilômetros dentro do desejo." Ai, ai!

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