queria que você fosse embora, me deixasse só. eu penso que me despedi, mas você encosta na cama e quando menos reparo já estou contigo deitada. chegar de mansinho nunca foi seu forte... só é possível agora pela presença na ausência. acho que te afastar é tarefa longínqua exatamente por isso, não entendo a delicadeza da sua existência dentro de mim.
dizem que quando ainda contamos os meses é porque não passou. assim como comecei, contando os dias de distância no auge da pandemia, contarei no auge dessa crise e caminharei para o fim. já escrevi que não busco teus rastros, mas menti. teus rastros estão aqui, em mim.
te dei nome, poesia, tempo e muito espaço. acho que não te dei amor - eu não tenho muito mesmo, nem para mim.
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