02/01/2014

Eu fui andando em direção ao mar. Cheguei até a areia. Entrei na água fria. Pulei uma onda, depois outra e outra e outra. Então eu nadei. Nadei desesperadamente. Eu só via a imensidão do mar e uma linha que parecia ser o fim. Eu queria ir até o fim. Ofegante, eu tentava. Eu dizia pra mim mesma: Não desista! E dias e noites eu nadei. Boiava pra aliviar o cansaço. Eu olhava o céu, o sol, a lua. Eu via barcos, navios. Eu tive socorro, porém o neguei. Eu negava que deveria desistir. Eu tentei, eu fugi. Eu quase morri, mas não desisti. Nadei contra corrente, contra o vento. Nadei contra mim mesma. E foi ai que fui sendo só corpo e esqueci da alma. Tentar nadar requer muito mais. Nadar tornou-se mecânico. Na minha busca eu esqueci do querer. Eu esqueci do amor. Eu esqueci de mim.

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