05/07/2022

Caldo

Hoje você mergulhou em mim junto com o sol e a cerveja. Acordei do cochilo pelo sonho ruim que tive contigo. Queria que essa cidade não tivesse tua marca. Nem teu cheiro. E que voltar da praia não lembrasse teu sexo. Ai que ressaca! Acho que tive sede tua, mas nem sequer te lambi.

Você atravessou quando eu estava cruzando o busto. Ou antes, quando entrei no uber. Não sei. Talvez nessas idas e vindas eu te deixei em alguma parte da viagem e no meio do choro, não te vi ficar na estrada. A caminho daqui, você sentou ao meu lado e nem percebi o momento exato.

A saudade dessa terra me distraiu de tua presença.

Não quero você do meu lado, mas não faço alarde para ir embora. Que a saudade venha, que me atravesse, que eu me jogue em uma ressaca, que enjoe e que vomite. Eu agora sou capaz de lidar com o vazio.

A parahyba tem cheiro de mar e eu sei que as águas são difíceis de navegar. Mas é nesse cheiro que eu me preencho. Vou reencontrá-lo, quando você deixar de me fazer visitas. Já não sigo os teus rastros.

Tudo o que preciso é chorar por ter encontrado paz nas saudades suas.

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