Entre o encontro do rio e do mar, fiquei presa. Meu desejo era nadar, sentir o sal, limpar o corpo. Existia uma linha invisível me separando. Me prendendo. Me tolhendo.
Depois me vi no alto da montanha, querendo voar. Sabia que eu podia em devaneio. Fui até a beira, mas me contive ali em cima com a vista imóvel. Era como se existisse um alguém me segurando. Me amedrontado. Me impossibilitando.
Por fim pulei em um rio límpido, com vontade de mergulhar fundo e rolar e nadar. Mas havia uma camada me deixando apenas na superfície. Como se estivesse me mantendo. Me isolando. Me desconectando.
A linha. O alguém. A camada. Sou eu.
Tem palavras expressas que só a voz emite.
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