16/10/2020

Armário

    É descabido, mas ainda assim a gente se encaixa. É sufocante, mas ainda assim a gente respira. É destrutivo, mas ainda assim a gente sobrevive. É perda de prazer, mas ainda assim a gente tem conforto. É negar a essência, mas ainda assim a gente se encontra. É impalpável, mas ainda assim a gente se amarra. É preto e branco, mas ainda assim a gente vibra colorido. Até que essa vibração encontre espaço suficiente, se expanda ao nível que o armário seja uma ponte, um avião, um guia até alcançar a felicidade da auto aceitação. Qual o tamanho do seu armário? Qual a profundidade de sua extensão? Por quais fragmentos você ainda o habita? O quão deslocada, sem ar, morta, frígida, perdida, presa, sem cor, você ainda se sente? O que falta para ele se tornar um  completo condutor da sua profunda felicidade? É possível?

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