27/05/2019

1/4 de século

    Tem um momento na vida, não sei bem como ele começa, em que você se sente uma pessoa adulta. Para algumas é muito antes do que deveria, pra outras as vezes me parece nunca ter chegado.
     Mas bem, existe esse momento na vida e ele é estranho, solitário e doloroso. Para mim, foi e está sendo coberto de perguntas sobre quem eu sou, quem devo ser, quem quero ser, como farei para conseguir. O que consigo, o que mereço, o que me espera.
     A verdade é que esse momento pessoal com a situação do país e do mundo, é uma mistura propícia ao desespero. Acho que a primeira lição de ser adulta é: não desesperar.
    E nessa busca, para desvendar essas perguntas de autoconhecimento, de compreensão de um propósito para além de mim mesma, me encontro aos 25 anos de idade perdida, mas numa ânsia tremenda de me encontrar. A segunda lição é: não desista.
     Entre o político, o espiritual, o interpessoal, compreendo que essas perguntas são absurdamente desafiadoras, e que apesar disso, expressam força e coragem.
    A carga de assumir responsabilidade sobre si, suas frustrações, seu futuro, é a coisa mais engrandecedora que já vivi. Doi e é bom ao mesmo tempo. Típico desse mundo contraditório.
     25 anos e eu nunca me senti tão eu, tão mulher, tão feliz, tão livre, mesmo que ainda esteja tentando me encontrar, buscando minha felicidade e traçando caminhos (im)possíveis para a liberdade.
    25 anos e eu consigo agradecer a coisas muito pequenas, que antes não tinham o significado que carregam. Acho que isso é ser adulta.
      E como cantou Belchior:
Tenho vinte e cinco anos
De sonho e de sangue
E de América do Sul

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