07/01/2019

Queda livre II

Eu me joguei do penhasco e desde então voo em busca do amor. Sempre que o encontro, mesmo com muito medo e muitas feridas, agarro com toda força. Nunca fugi de amar e ser amada. Ainda que ser amada não fosse como eu merecia e amar não fosse como eu gostaria. Não lembro quando pulei do penhasco, lembro que o amor é meu guia. Nessa queda livre sempre é uma delícia, embora doa muito, como agora. Embora eu já tenha seguido meu voo sozinha, nunca vou me acostumar com a pancada no peito que é se despedir de alguém. Você fica mais leve e é ruim demais voar leve estando abarrotada de amor. Eu nunca vou me acostumar. Mas como o vento é meu faro, que me leva e traz amor eu preciso continuar a voar. Às vezes eu tento resgatar aquele amor, ali, de trás... Me agarrar e não soltar nunca mais. O vento é sempre muito justo. Ele sabe quando um amor já foi vivido e não me permite retomar.

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